tag:blogger.com,1999:blog-4471543615231793012024-03-18T21:04:03.443-07:00Rafaella RímoliRafaella Rímolihttp://www.blogger.com/profile/03952935847567072806noreply@blogger.comBlogger44125tag:blogger.com,1999:blog-447154361523179301.post-69713093660863061942011-06-22T21:23:00.000-07:002011-06-22T21:30:26.490-07:00PinturaQuando eu olhava para a janela imaginava que fosse um quadro. Mas não um quadro comum. Eu não sabia quem havia pintado, quais as tintas que foram utilizadas e, o que mais me impressionava, a técnica. Nunca conheci pintura, mas sempre pintei. Desde menina. Lembro-me de desenhar pequenos pontos em uma folha imensa de papel e dizer para todas as pessoas que encontrava que aquilo eram planetas salpicados num imenso universo, ou então formigas atrapalhadas no chão depois de algum incidente. <br />A verdade é que eu sempre me entendi como um anzol. E, a priori, essa imagem pode nada combinar com o começo desta história, mas, uma vez lançada a isca no oceano das possibilidades, jamais saberemos qual será o peixe do jantar. <br />À parte de minhas elucubrações a respeito da janela da sala de estar da casa de minha avó acontecia um evento singular. Meu tio acabara de se estabelecer de uma nova maneira frente à sociedade, agora ele era doutor. Minha família dizia que deveríamos comemorar este feito, afinal ele passara anos estudando incansavelmente uma particularidade de dado ser que, juntamente com os humanos e outros de diferentes espécies, habitava esse nosso planeta. Meu tio era doutor em camarão. <br />Recordo-me de ouvir uma ou duas piadas sobre tal conhecimento. “Todos nós entendemos muito bem de camarão, sabemos apreciar com devido respeito o bem que esta delícia faz para nosso estômago”. Uma tia minha não haveria de concordar. O que fora uma experiência agradável para um não seria para outro. Tal alimento desencadeara, certa vez, alergia tão incrivelmente forte em minha tia, que nunca vi tamanha semelhança entre a presa e o predador. Ficara vermelha e quente. Talvez ela tenha conhecido, melhor de que todos nós, a experiência da digestão.<br />Em meio aos sorrisos e longos abraços apertados, aquela janela quadrada retinha a minha atenção. Eu acredito que jamais saberia descrever tal momento. Era uma pintura. Quando o vento passeava, se comportava como pincel e ali eu experimentava uma nova combinação de espaços e cores. Os limites ultrapassavam a sua condição essencial. Eram revolucionários à luz do dia, lutavam e aceitavam a sua contradição com naturalidade e leveza. Eu era testemunha desta reinvenção instantânea. <br />Mas o que eu não sabia é que poderia ser mais do que isso. Enquanto passeava meus olhos nas molduras de ferro da incrível obra de arte, uma invasão destemida aconteceu. O primeiro sentido despertado foi a audição. Um grito agudo e arenoso causou a comoção do ambiente. Depois os olhos. O ruído sugou a atenção dos convidados. A sala parecia um museu. Silenciosa, atenta àquela pintura que antes apenas eu havia reparado. À quantas mãos se realizaria? Em seguida, o paladar. Alguém expressou seu gosto “Meu deus”!<br />Uma bola havia atravessado - como uma espada - o vidro da janela. Qual era o intuito daquele espetáculo? Passeei meu olhar para o canto da sala e encontrei dois meninos assustados. “Foi sem querer, pai, foi sem querer”. A pintura não era a mesma, a janela não saíra do lugar. <br />Enquanto uns recolhiam os cacos de vidro espalhados no piso e outros corriam ao resgate do brinquedo, aos poucos o crustáceo voltaria para o centro da questão. Eu, que nada concluí sobre o mistério da tela e da técnica, voltei para minha condição de anzol, peguei uma folha imensa de papel e desenhei pequenos pontos, que poderiam ser planetas salpicados num imenso universo, ou então formigas atrapalhadas no chão depois de algum incidente.Rafaella Rímolihttp://www.blogger.com/profile/03952935847567072806noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-447154361523179301.post-30020739463592650752011-06-20T19:11:00.000-07:002011-06-20T19:26:16.181-07:00Eu estarei aqui<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgepjKp6PY6nMfNQ-VQI9AmxMKq8jjnfR-jHwKS8cydQ-OyXojS_Yp7uSm2b_NQZWq2jGTbb9Wj8G-ziO-sFW0nJBhyphenhyphenKD_HbSouTMQhvIr-HpxUjbcoxhndztijczLKsjBGTQ2XuzYmIpg/s1600/DSCN9423.JPG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 210px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgepjKp6PY6nMfNQ-VQI9AmxMKq8jjnfR-jHwKS8cydQ-OyXojS_Yp7uSm2b_NQZWq2jGTbb9Wj8G-ziO-sFW0nJBhyphenhyphenKD_HbSouTMQhvIr-HpxUjbcoxhndztijczLKsjBGTQ2XuzYmIpg/s320/DSCN9423.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5620491267396519154" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />Você pode não acreditar. Você pode não se importar. Ou não ver.<br />Mas eu estarei aqui.<br />Você pode não gostar. Você pode até não querer. Ou não ouvir.<br />Mas eu estarei aqui.<br />Vou continuar cantando a nossa música.<br />Aquela que nos leva pro nosso quarto toda vez que eu respiro.<br />Aquela que é dueto<br />e que diz do desperdício de se amar e não poder.<br />Vou continuar cantando a nossa música.<br />Aquela que é dueto<br />e que diz das histórias que invento na minha cabeça.<br />Vou continuar cantando a nossa música.<br />Você pode não tocar. Você pode não mentir. Ou não sentir.<br />Mas eu estarei aqui.<br />A verdade 'is like a blossom that fades so quick'.<br />Eu viajarei pelo tempo até minha casa.<br />Eu viajarei pela melodia até meu corpo.<br />Eu viajarei por três dias e nada mais,<br />até relar na memória.<br />As vozes estão na parede.<br />Até relar na memória.<br />As vozes estão na parede.<br />Até relar na memória.<br />As vozes estão nas paredes e nos lençóis.<br />Eu estarei aqui.<br /><br />http://www.youtube.com/watch?v=jdnVyOe1PvgRafaella Rímolihttp://www.blogger.com/profile/03952935847567072806noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-447154361523179301.post-34948896497163935682011-04-01T17:16:00.000-07:002011-04-01T17:23:10.052-07:00SaliênciasQuero teu ciúme doente, <br />teu choro sincero, <br />teu desespero, <br />o apelo do órgão inchado <br />Teu velho teatro de adeus. <br />Teu velho teatro de adeus. <br /><br />Quero tua crise de dor, <br />implorar teu amor, <br />desgraçar o meu peito, <br />pedir por respeito, <br />Teu velho teatro de adeus. <br />Teu velho teatro de adeus. <br /><br />Quero virar o estômago, <br />a mazela do apego, <br />a discórdia do sopro <br />no ouvido, o duvido, <br />a nuca. <br /><br />Vou dizer saliências, <br />dizer saliências <br />e perder paciências, <br />perder paciências. <br /><br />Quero virar o estômago, <br />a mazela do apego, <br />a discórdia do sopro, <br />no ouvido, o duvido, <br />a nuca.Rafaella Rímolihttp://www.blogger.com/profile/03952935847567072806noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-447154361523179301.post-21584044466303445082011-03-11T09:44:00.000-08:002011-03-12T22:49:23.588-08:00Cura mágica<div align="justify">O mundo fragmentado me faz tropeçar nas palavras. São informações, estímulos, notícias, sons, cores, gostos, texturas e cheiros arremessados em pouquíssimo tempo sobre minhas mãos. Um jato de conexão, um raio de interatividade, um relâmpago de comunicação e um blecaute na minha folha. Sabe a cegueira branca do eterno portuga, mestre dos tombos verbais, Saramago? Então, é desta mesmo que ‘estou a lhe escrever’. Olho para a faminta página vazia procurando dizer alguma poesia sobre as relações sociais. Tarefa difícil, sei eu, por isso precisei invocar a imagem de José e sua etimologia transviada genial nesta empreitada: curandeiro mágico. </div><div align="justify">E agora? Quer pergunta mais fadada a ser do que esta? Bom, depois de despejar estas duas conhecidas (in)conclusões sobre você, calço minhas luvas, minha cartola e minha serra e começo o espetáculo. Não, não será muito assustador, mas preciso do conhecido truque da mulher partida ao meio para ter alguma credibilidade. Devo acrescentar que este texto não procura uma resposta. Talvez ele apenas queira simpatia, afago, atenção e na pior das hipóteses, uma boa dose de paixão, podendo-se considerar até amor. Mas não fuja ainda, por favor. Eu tenho uma carta na manga para o grande final.<br />Tenho muitos melhores amigos. Com absoluta certeza. Para checar é só digitar meu nome completo em alguma página da internet. Aprendi com minha mãe a ser tecelã. Ela, confesso, demorou muitíssimo para me ensinar. Eu, contudo, já sei muito bem como balançar nas minhas redes sociais. Bendita tecnologia! Santa virtualidade! É fácil para minha mãe que, pacientemente, tem anotado em caderninhos ultrapassados todos os tipos de linhas e agulhas, dizer que o mundo cibernético mais afasta as pessoas do que as aproxima. “Vocês ficam horas na frente dessa tela conversando com estranhos e se esquecem de almoçar comigo”. Já para mim não é tão simples chegar a este ponto de vista.<br />Tenho muitos amigos. Com certeza. Por que ter um único amigo incrível se posso ter um monte deles? E o melhor de tudo é que estão sempre comigo. Não há abandono quando estou conectado. Assistimos aos mesmos filmes, ouvimos as mesmas músicas, lemos os mesmos livros, temos os mesmos ídolos, gostamos dos mesmos programas, somos apaixonados pelos mesmos aromas. E o melhor de tudo é que compartilhamos a nossa voz em tempo real. – Só um instante, preciso colocar meus óculos. É que tenho certo grau de astigmatismo. Pronto. Ah, já vou aproveitar e fechar as janelas, está esfriando, e em pleno verão, pode?<br />Tenho alguns amantes. Certeza. Não que eu seja a favor da banalização dos sentimentos, como fazem uns e outros. Não que eu precise me autoafirmar no momento em que contabilizo as pessoas de que gosto um pouco mais. Costumo dizer que são afinidades e oportunidades. É uma óbvia questão de probabilidade, mãezinha matemática: quanto mais pessoas eu conheço mais pessoas maravilhosas eu tenho a chance de conhecer. Faz sentido. Eu não devo explicações nesse aspecto. Só é preciso um único botão para que eu encontre um bom encontro feito de palavras e web cam. – Ai, estou começando a me cansar um pouco. Só um instante, leitor, vou tirar meus óculos. Eu tenho a vista cansada. Pronto. Ah, já vou aproveitar e abrir as janelas, está esquentando, em pleno inverno, pode?<br />Tenho um amante. Não, ainda não tenho o seu telefone e ele não sabe bem quais são as minhas intenções. Eu costumo deixar claro de quem eu gosto. Tenho muitas fotos em pastas novíssimas nos meus documentos, minhas imagens ou então nos arquivos recebidos. Nos encontramos todos os dias. É sempre bom. Dou risada, sinto-me bem. Fazemos juras de amor. Não, ainda não tenho o seu endereço. Ontem tive certeza de que gostou de mim. Acredita que curtiu a minha foto publicamente? “Vocês ficam horas na frente dessa tela conversando com estranhos e se esquecem de jantar comigo”. Minha mãe sempre foi bastante ciumenta. Eu também.<br />E agora? Quer pergunta mais fadada a ser do que esta? Bom, depois de despejar estas duas conhecidas (in)conclusões sobre você, tiro minhas luvas, minha cartola e minha serra de cena e encerro o espetáculo. Não, não foi muito assustador. Devo acrescentar que este texto não fez surgir um coelho branco. Talvez ele apenas queira tornar a assistente do mágico (in)visível. E, com palavras combinadas em imagens, almeje iludir todo o público. Mas não fuja ainda, por favor. Eu tenho uma carta na manga para o grande começo.<br />O mundo fragmentado me fez tropeçar nas palavras. São informações, estímulos, notícias, sons, cores, gostos, texturas e cheiros arremessados em pouquíssimo tempo sobre minhas mãos. Um jato de conexão, um raio de interatividade, um relâmpago de comunicação e um blecaute na minha memória. Sabe a personagem principal do eterno portuga, mestre dos tombos verbais, Saramago - o José da etimologia transviada - cuja espuma branca de cegueira não engole?<br />Eu não.<br /><br /></div>Rafaella Rímolihttp://www.blogger.com/profile/03952935847567072806noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-447154361523179301.post-87861752839862625762011-03-02T18:36:00.000-08:002011-03-02T18:39:20.065-08:00Galeria de Mazolarimoli<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhT4N7Jb9kM8kch0-yaPU2a4DUFQM8_7WKyHPspCWuDEIsNblvlzGyNpdLbjlNKwi8Ae0iPtUmZ9Y1RPd76NMXJnTlBhFj5GnmnGPvIfzPuk61Kb-MtCe7JUp2IpNr1c8lpoKeh18LjHlQ/s1600/5493136470_600ddcded2_z.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 320px; FLOAT: left; HEIGHT: 214px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5579677346501669426" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhT4N7Jb9kM8kch0-yaPU2a4DUFQM8_7WKyHPspCWuDEIsNblvlzGyNpdLbjlNKwi8Ae0iPtUmZ9Y1RPd76NMXJnTlBhFj5GnmnGPvIfzPuk61Kb-MtCe7JUp2IpNr1c8lpoKeh18LjHlQ/s320/5493136470_600ddcded2_z.jpg" /></a><br /><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div><a href="http://flickr.com/_mazola">http://flickr.com/_mazola</a></div>Rafaella Rímolihttp://www.blogger.com/profile/03952935847567072806noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-447154361523179301.post-10929834006755894582011-03-02T18:31:00.000-08:002011-03-02T18:34:21.967-08:00Galeria de Mazolarimoli<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGVIBtxALoLNlYS5tkvxHEsd5cHxkzuQLHknWsg6uZLE1iia_tBm_MswXW-bhtzYipPZwlvczVD-g0DpYwyVFAyxwpizqSyZ4r8iBHjl7OYxsvg5FyWhhMZXWgCXG-dLorKiNXlXcazgo/s1600/Fe_Rafa-13.jpg"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 214px; FLOAT: left; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5579676054050387874" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGVIBtxALoLNlYS5tkvxHEsd5cHxkzuQLHknWsg6uZLE1iia_tBm_MswXW-bhtzYipPZwlvczVD-g0DpYwyVFAyxwpizqSyZ4r8iBHjl7OYxsvg5FyWhhMZXWgCXG-dLorKiNXlXcazgo/s320/Fe_Rafa-13.jpg" /></a><br /><div></div>Rafaella Rímolihttp://www.blogger.com/profile/03952935847567072806noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-447154361523179301.post-32813850525767639832011-02-22T11:19:00.000-08:002011-02-22T11:23:32.506-08:00Xeque mate<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_DynxpZxhQKSZZrzFDUQ4zC0ugl0wGt30whpzrCgQ6f8Bi9ZHO3WBtKsT-c7GIp5at5mOBjvy_m9ByDAzXAHTF0lkzMDSHgbX8QOTx63F5fhqc4zADleB5ORyN4i-kQi1OzFqzaF7D0c/s1600/image80.gif"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 320px; height: 307px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_DynxpZxhQKSZZrzFDUQ4zC0ugl0wGt30whpzrCgQ6f8Bi9ZHO3WBtKsT-c7GIp5at5mOBjvy_m9ByDAzXAHTF0lkzMDSHgbX8QOTx63F5fhqc4zADleB5ORyN4i-kQi1OzFqzaF7D0c/s320/image80.gif" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5576596699135040034" border="0" /></a><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" latentstylecount="156"> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-ansi-language:#0400; mso-fareast-language:#0400; mso-bidi-language:#0400;} </style> <![endif]-->Acordei e não me lembrei de colocar a máscara. <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Levantei da cama. Calcei as pantufas ainda molhadas do banho do dia anterior. Os dedos congelaram naquela textura. Arrastei os pés enrugados riscando o chão num contínuo barulho ressoante e irritante até a porta do quarto. A casa estava silenciosa, provavelmente ainda todos dormiam depois do carnaval de ontem. Virei a cabeça para os lados na tentativa de encontrar alguém, um parente, um amigo, um amante. Só pude perceber o sol entrando pela janela lateral da sala que fazia um desenho intrigante no piso. Era um jogo de luz e sombra. Jamais havia percebido como os raios do astro desenhavam uma linha horizontal constante no chão. Pisei. Um pé ficou no lado escuro e o outro no lado claro. Olhei um instante para minhas pernas naquela posição e caminhei para o banheiro. Escovei meus dentes. Bochechei o produto de branqueamento e lavei meus olhos. Foi aí que olhei para o espelho. Fez-se um estrondo. Parecia que o mundo caíra de vez e rolara como uma bola de gude atirada pelos dedos de uma criança. Ouvi passos finos subindo a escada, agora estariam mais perto de mim. Não pude esperar até que chegassem. Voltei meus olhos ainda molhados para o corredor. Uma fileira de crianças passeava pela sala. Aproximei-me devagar franzindo o nariz para poder focar a imagem um pouco destorcida. Diante de mim milhares de meninos e meninas se enfileiravam. A sala aumentou. Ficou bem maior do que meus braços abertos. Quando percebi estava no meio da roda e pude ouvir as vozes infantis cantarolarem: era uma vez um gato xadrez.</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Xeque mate. </p>Rafaella Rímolihttp://www.blogger.com/profile/03952935847567072806noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-447154361523179301.post-35310784147274033762011-02-18T04:21:00.000-08:002011-02-18T04:22:26.566-08:00A experiência<!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" latentstylecount="156"> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-ansi-language:#0400; mso-fareast-language:#0400; mso-bidi-language:#0400;} </style> <![endif]--> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">Rebobinar a existência dá um filme.</p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">Cenas infinitas, das quais não se entende sequer uma palavra. Mas se percebe o suspiro.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">Suspenso no ar, como um pêndulo.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">O sotaque das pausas é o que faz nos reconhecermos em meio a toda a produção. É na pausa o motivo, o espelho do enredo, a saliência dos olhos, A lombada do tempo.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">É neste momento que você se torna flor. É neste momento que você é narciso. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">As câmeras são camas de gato, felpudas, felinas, surreais. O instante já passou.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">De todo mar e terremoto o que sobra desta operação, não perigosa, mas precisa, é o exercício.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">E como se não importasse o resultado, o processo acumulou em seus ombros mais uma experiência. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">Os tolos carregam plumas.</p>Rafaella Rímolihttp://www.blogger.com/profile/03952935847567072806noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-447154361523179301.post-79342468310730744892011-02-18T04:14:00.000-08:002011-02-18T04:15:22.237-08:00Existir = Exit<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZht5zDVShrqtxXQIx75JHvL6klc8Zki3fIEWXAUssxD4ZdtyLaACtYi_iHMxqvf9U6r97-hi7kbynuyTJyCMIHWdbqy2rNws6YMGfkR1CU2s0fWeNjOGpTJNBQpS_eQSI_xzzHNa6bn8/s1600/DSCddN75d16.JPG"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 254px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZht5zDVShrqtxXQIx75JHvL6klc8Zki3fIEWXAUssxD4ZdtyLaACtYi_iHMxqvf9U6r97-hi7kbynuyTJyCMIHWdbqy2rNws6YMGfkR1CU2s0fWeNjOGpTJNBQpS_eQSI_xzzHNa6bn8/s320/DSCddN75d16.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5575002018374113218" border="0" /></a>Rafaella Rímolihttp://www.blogger.com/profile/03952935847567072806noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-447154361523179301.post-34003812828986829742011-02-18T04:11:00.000-08:002011-02-18T04:13:30.627-08:00Artifício conveniente.<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4YFKacOmwp5nIMiKjogsJxpyjT6ysWfwaQ1vZe87sIiMyPKpPSk2NtHMR5qzsy6jpJDujA9XS8jzL8i-ueGEDVc6EvhPRsS2UGpnCRoFHKOfHwIkNKKckSowblUL-StqM6_0fxdum2Vo/s1600/DSCdN7541.JPG"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 230px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4YFKacOmwp5nIMiKjogsJxpyjT6ysWfwaQ1vZe87sIiMyPKpPSk2NtHMR5qzsy6jpJDujA9XS8jzL8i-ueGEDVc6EvhPRsS2UGpnCRoFHKOfHwIkNKKckSowblUL-StqM6_0fxdum2Vo/s320/DSCdN7541.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5575001544532527218" border="0" /></a>Rafaella Rímolihttp://www.blogger.com/profile/03952935847567072806noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-447154361523179301.post-72936276812080477232011-01-16T16:05:00.000-08:002011-01-16T16:15:48.925-08:00Céu<!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" latentstylecount="156"> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; 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line-height: normal; font-weight: bold;"> </p>Rafaella Rímolihttp://www.blogger.com/profile/03952935847567072806noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-447154361523179301.post-32547901189849581322010-12-01T16:39:00.000-08:002010-12-01T16:50:44.910-08:00Máquina da vida<div style="text-align: left;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1ukxliRoNWJnwKNiBhC86mCwtI8xPcdgHqNs0Gxgx3V2jv4EXnfVgJ0u0xXXtVwh0ymh2_iZn616KCz4egjb8A-CabZNY-NUEWe82xWf9H3bmiyqdQAnrYj56o5vR06cUtjylf3rbBw8/s1600/azul_grande1.jpg"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1ukxliRoNWJnwKNiBhC86mCwtI8xPcdgHqNs0Gxgx3V2jv4EXnfVgJ0u0xXXtVwh0ymh2_iZn616KCz4egjb8A-CabZNY-NUEWe82xWf9H3bmiyqdQAnrYj56o5vR06cUtjylf3rbBw8/s320/azul_grande1.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5545878725772504546" border="0" /></a><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" latentstylecount="156"> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><span style="font-size:85%;">Máquina da vida. Luneta azul</span><span style="font-size:85%;">. O olho</span><span style="font-size:85%;">. O cego</span><span style="font-size:85%;">.</span><span style="font-size:85%;"> O sonho</span><span style="font-size:85%;">. No bico da cegonha</span><span style="font-size:85%;">. A boca na fronha</span><span style="font-size:85%;">.<br /></span><span style="font-size:85%;">O sexo</span><span style="font-size:85%;">. O nexo</span><span style="font-size:85%;">. A tela magnética</span><span style="font-size:85%;">. Imagem e letra</span><span style="font-size:85%;">. Luneta</span><span style="font-size:85%;">. Passagem</span><span style="font-size:85%;">. Do olho</span><span style="font-size:85%;">. Do cego</span><span style="font-size:85%;">.</span><span style="font-size:85%;"> Do sonho</span><span style="font-size:85%;">. Nasce interação</span><span style="font-size:85%;">. Reprodução sistêmica.<br /></span><span style="font-size:85%;">Virtual.</span><span style="font-size:85%;"> Anêmica</span><span style="font-size:85%;">. No bico da cegonha</span><span style="font-size:85%;">. A boca na fronha</span><span style="font-size:85%;">. O sexo</span><span style="font-size:85%;">. O nexo</span><span style="font-size:85%;">. Convexo</span><span style="font-size:85%;">. Avesso</span><span style="font-size:85%;">. Órgão e palavra</span><span style="font-size:85%;">. Luneta</span><span style="font-size:85%;">. Tecnologia</span><span style="font-size:85%;">. Orgia</span><span style="font-size:85%;">. Sensação</span><span style="font-size:85%;">. O dedo</span><span style="font-size:85%;">. Tecla</span><span style="font-size:85%;">.<br />O globo</span><span style="font-size:85%;">. Glóbulo azul</span><span style="font-size:85%;">. Máquina da vida.</span></div> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:16pt;"> </span></p>Rafaella Rímolihttp://www.blogger.com/profile/03952935847567072806noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-447154361523179301.post-52476476045316357312010-11-20T09:16:00.000-08:002010-11-20T09:30:42.848-08:00Solidariedade<!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" latentstylecount="156"> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-ansi-language:#0400; mso-fareast-language:#0400; mso-bidi-language:#0400;} </style> <![endif]--> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;"> </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">A solidariedade me comove.</p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">Do cimento nos tijolos, a parede.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">Das estrelas nos espaços, o céu.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">Dos pelos na pele, o corpo.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">Do vento nas folhas, a dança.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">Dos olhos na cor, a tela</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">Das notas no tempo, a música.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">Das bocas no mundo, a história.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">Dos dedos nos dedos, as pazes.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">Dos fios na teia, a casa.<span style=""> </span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">Das gotas no rio, a vida.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">Da beleza na forma, a poesia.</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">Da extasia na alma, o mútuo.</p>Rafaella Rímolihttp://www.blogger.com/profile/03952935847567072806noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-447154361523179301.post-21758239027410123512010-10-14T10:04:00.000-07:002010-10-14T10:33:23.403-07:00Cordas<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpJ5Y66ilDqNjwFKqypadwXVOqy6LvGuk7BxGbH49LI6q3C3Zn5iDKt06QXy2cHViOSBi4tpsuCrPvwZiMQJry2aeA8svIZZUlOJWlVrFj6pY5KcfvC0h7i_iYFchB5vbV9_MgyLwX4PM/s1600/DSCF2004.JPG"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 253px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpJ5Y66ilDqNjwFKqypadwXVOqy6LvGuk7BxGbH49LI6q3C3Zn5iDKt06QXy2cHViOSBi4tpsuCrPvwZiMQJry2aeA8svIZZUlOJWlVrFj6pY5KcfvC0h7i_iYFchB5vbV9_MgyLwX4PM/s320/DSCF2004.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5527953626841864242" border="0" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br />"Hoje não há teoria das cordas<br />que possa segurar<br />o cheiro do vinho<br />e o sono leve das pedras<br />boiando no ar."<br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />Fragmento do poema 'Leve' do Edu. É apenas uma singela homenagem. Estrofe imagética muito bonita. Para ler o poema todo visite meiolirico.blogspot.com<br />Foto do Leonardo Spanghero.Rafaella Rímolihttp://www.blogger.com/profile/03952935847567072806noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-447154361523179301.post-91492562355953176702010-10-14T09:41:00.000-07:002010-10-14T09:46:21.292-07:00Do caos à rosa<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDfNmTikQaithyGJgaKhSiVvis-HU-rPamANFF8capVtk6rULSTasN0E11tLQbIEluSTiL_Ut5muaV0SDI0vDSMB3xULZeWcreKfDYeq4GGpljHBJnLUKT4_v58_5I7jYtwpbHpj71hDE/s1600/do+caos+a+rosa.jpg"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 320px; height: 229px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDfNmTikQaithyGJgaKhSiVvis-HU-rPamANFF8capVtk6rULSTasN0E11tLQbIEluSTiL_Ut5muaV0SDI0vDSMB3xULZeWcreKfDYeq4GGpljHBJnLUKT4_v58_5I7jYtwpbHpj71hDE/s320/do+caos+a+rosa.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5527943517296090178" border="0" /></a><br /><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />Os cacos de vidro nos olhos embaçam o tempo. <p style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">Pedregulhos no ventre, areia na boca.</p> <p style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">As mãos são papéis e cortam a noite em mil estrelas.</p> <p style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">A cadência do acaso joga cartas.</p> <p style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">Blefa por um instante a respiração. </p> <p style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">Cessa o mundo todo em um colapso infantil.</p> <p style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">A tesoura é ouro de pirata. </p> <p style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">A imagem é pele primordial.</p> <p style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">É pedra esculpida, prego, pétala, paciência.</p> <p style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;"> </p> <p style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">E brota redonda como a vida a flor ocasional.</p><p style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;"><br /></p><p style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;"><br /></p><p style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">Poema dedicado à minha grande amiga e verdadeira irmã de alma Suzana Chermont Ulson.<br /></p> <p style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">A arte é toda dela. Menina arteira, eu te amo!</p><p style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">Rafa.<br /></p><p style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;"> </p>Rafaella Rímolihttp://www.blogger.com/profile/03952935847567072806noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-447154361523179301.post-8984009200583364182010-09-14T10:50:00.000-07:002010-09-14T11:18:07.044-07:00A cadeia alimentar<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQ723KpUOn9ZPUBZFT9Fq0JRqVbzPA1Jo9q4pETkVhgBsHoKb7FJVgoL8a-HzTofrRiUDUNRweQr5FZ7s-wLp1u4k1trOFnSLbo0wRZbFEiXbCLzmlUuhezC-IOhA1QnnbVHQIMdFKaL0/s1600/p_prato_raso.jpg"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 320px; height: 288px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQ723KpUOn9ZPUBZFT9Fq0JRqVbzPA1Jo9q4pETkVhgBsHoKb7FJVgoL8a-HzTofrRiUDUNRweQr5FZ7s-wLp1u4k1trOFnSLbo0wRZbFEiXbCLzmlUuhezC-IOhA1QnnbVHQIMdFKaL0/s320/p_prato_raso.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5516835095968098818" border="0" /></a>"<span style="font-style: italic;">Ele sabia que por vezes era preciso que coisas vivas fossem mortas para que outros vivessem</span>." Rubem Alves<br /><br />A cadeia alimentar prendia seus pensamentos. Eu, que só podia me fortalecer bebendo suas filosofias cíclicas, seus olhos grandes e redondos e a belíssima ruga desenhada em sua testa infantil, questionava toda a existência. Por que haveríamos de nascer se acabaríamos morrendo?<br /><br />A relva nasce na terra, se alimenta de nutrientes e morre.<br />O boi nasce, se alimenta da relva na terra, que se alimenta dos nutrientes e morre.<br />O homem nasce, se alimenta do boi, que se alimenta da relva na terra, que se alimenta dos nutrientes e morre.<br />De tiro, de acidente, de doença. Já soube de quem morreu de tédio e até de amor.<br />O homem morto volta para a terra. A mesma da qual brota a relva, pasta o boi, pisa ou jaz o homem.<br /><br />Costumava terminar sua odisséia mental falando sobre a liberdade. Devaneava sobre uma tal porta cuja chave dourada destrancaria sua linha de raciocínio. Depois, pegava o lápis, ía para a linha do caderno e escrevia o que mais me saciava:<br /><br />"Nós ainda temos fome."Rafaella Rímolihttp://www.blogger.com/profile/03952935847567072806noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-447154361523179301.post-1916927044845626592010-09-14T10:41:00.000-07:002010-09-14T11:21:00.250-07:00Sentença<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgckgU8Bkb9QchtzGIGgqExLmgk1_Odl53G11c1yhVuFvypNwrbhnL4D8ajeJKDXrcCzYHcuslXCTR78PYTdREAFektPMz3JpijLjvwyA9-KM9nVf3LKsVSKtNYFWkCnj5iKqEHbAY-jqs/s1600/arvore.bmp"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 320px; height: 309px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgckgU8Bkb9QchtzGIGgqExLmgk1_Odl53G11c1yhVuFvypNwrbhnL4D8ajeJKDXrcCzYHcuslXCTR78PYTdREAFektPMz3JpijLjvwyA9-KM9nVf3LKsVSKtNYFWkCnj5iKqEHbAY-jqs/s320/arvore.bmp" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5516834079400299106" border="0" /></a>"<span style="font-style: italic;">Sejamos simples e calmos como os regatos e as árvores e Deus amar-nos-á fazendo de nós belos como as árvores e os regatos</span>" Alberto Caeiro<br /><br />- Ser árvore não tem pé nem cabeça.<br />Logo que sentenciei, sorri. Sabia, mais do que nunca, que acabara de confirmar minha nova condição.<br />Estava feliz em ter ramos no lugar de braços, seiva ao invés de sangue, casca e folha e raiz. Gostava da minha nova condição vegetal. Viveria mais de 200 anos, teria muitos anéis, beberia na fonte, não pentearia os cabelos e minha sombra teria utilidade. Para que servem os pulmões quando se é árvore? Estava feliz em ter troncos no lugar de...<br />- Ser árvore não tem pé nem cabeça.<br />Logo que sentenciei, sorri. Sabia mais do que nunca, que acabara de confirmar o ciclo da vida.Rafaella Rímolihttp://www.blogger.com/profile/03952935847567072806noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-447154361523179301.post-31849976144298499272010-09-14T10:34:00.000-07:002010-09-14T11:24:14.369-07:00Em defesa da leitura<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuGVO4kZJtjP27HOjR7LA2idrmPvCygj5JN8yfJpdWz-of4eyR6N7TwXYYU7fguphUbo3f9RbFBmURB6SKh1skMkCiu2bt_W5Oj3LNd1eH2gweMcKWXtCHerjpIfTBEIzNFj5hUMJxiOY/s1600/BXK1299_flor_rosa2800.jpg"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 320px; height: 281px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuGVO4kZJtjP27HOjR7LA2idrmPvCygj5JN8yfJpdWz-of4eyR6N7TwXYYU7fguphUbo3f9RbFBmURB6SKh1skMkCiu2bt_W5Oj3LNd1eH2gweMcKWXtCHerjpIfTBEIzNFj5hUMJxiOY/s320/BXK1299_flor_rosa2800.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5516836629621074322" border="0" /></a><br /><br />Eu lia - ao mesmo tempo - as linhas de Rubem Alves com os olhos e, com as mãos descobria o texto tecido nas linhas de pano do meu sofá. Que experiência! Meus olhos viam o encaixe das letras da folha e de folha falavam. <span style="font-style: italic;">Em defesa das flores</span> o poeta escrevia sua poesia. Em defesa da leitura eu passeava minhas mãos na trama de fios.Rafaella Rímolihttp://www.blogger.com/profile/03952935847567072806noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-447154361523179301.post-9532092770367687052010-09-14T10:06:00.000-07:002010-09-14T10:30:10.874-07:00O primeiro e último (?) complexoMeu irmão tem um amigo que, depois de algumas boas leituras, conversas e experiências, escreveu um texto interessante. De pensamento para pensamento, da mão para o lápis, do lápis para a folha. A partir daí não para mais. Uma ideia é feita de infinitas sementes. Incontáveis, como as estrelas do céu.<br />Do universo do amigo do meu irmão, para o meu universo e agora para o universo de vocês, aqui posto alguns trechos especiais.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">"Qual será o segredo do universo? O homem, quanto mais avança nas pesquisas, mais descobre que existe, no fundo da mais específica descoberta um pedaço de sutileza."</span><br /><br /><span style="font-weight: bold;">"Pequena parte de um todo?"</span><br /><br /><span style="font-weight: bold;">"Acabo de constatar que o universo assume várias formas e leis, sendo assim, sua descoberta é humanamente inviável." </span><br /><br /><span style="font-weight: bold;">"Vivendo em busca de luz no cosmo e da existência de Deus no mundo, nós, sequer olhamos a nossa volta para perceber que Deuses somos nós e o amor é o segredo." </span><br /><br /><span style="font-weight: bold;">"Todo valor que, com suor conquistamos atropelando as pessoas, evapora, e nós acabamos por buscar as mesmas para nos acharmos novamente. E assim será."</span><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Gnomo Fernando</span><br /><br />Leituras do autor: <span style="font-style: italic;">Teoria Big Bang</span>, <span style="font-style: italic;">Filosofia em Suma</span>, <span style="font-style: italic;">A fórmula de Deus</span>, <span style="font-style: italic;">Uma Breve História do Tempo</span>, <span style="font-style: italic;">O Segredo da Ciência</span>, <span style="font-style: italic;">Quem Somos Nós?</span>, <span style="font-style: italic;">O Universo Holográfico</span>, <span style="font-style: italic;">O Universo Numa Casca de Noz</span>, <span style="font-style: italic;">Bíblia Sagrada</span>, <span style="font-style: italic;">A Física da Alma</span>, <span style="font-style: italic;">Pequenos Princípios para o ESpiritismo</span> e <span style="font-style: italic;">A Arte da Guerra. </span>Rafaella Rímolihttp://www.blogger.com/profile/03952935847567072806noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-447154361523179301.post-16649643542244915652010-08-06T13:14:00.001-07:002010-08-06T13:19:03.808-07:00O homem pêraO homem pêra perambula em sua cesta.<br />Perambula em sua cesta.<br />Ele não pensa -<br />Ele pensa pêra -<br />e veste um terno amarelado.<br />Ele vive permeando a fome.<br />E se não come<br />veste um terno esverdeado.Rafaella Rímolihttp://www.blogger.com/profile/03952935847567072806noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-447154361523179301.post-67022984461614577122010-08-03T06:15:00.000-07:002010-08-03T06:19:44.549-07:00árvore.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi783n7DWZjqh-z8-lb-xkGnLHMnq1nk-cc0E16HloVZvzSklEJUkpHZLNDnz-2zfreRwnbLnqV3WU54Irb4rDfd_1O_KVAo7QE6dd8Rr6_oXfmje4pCjtU6jTOIq2LfQ4jGApO5aZbPQA/s1600/quadrado_verde.gif"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 179px; FLOAT: left; HEIGHT: 179px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5501171923020172370" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi783n7DWZjqh-z8-lb-xkGnLHMnq1nk-cc0E16HloVZvzSklEJUkpHZLNDnz-2zfreRwnbLnqV3WU54Irb4rDfd_1O_KVAo7QE6dd8Rr6_oXfmje4pCjtU6jTOIq2LfQ4jGApO5aZbPQA/s320/quadrado_verde.gif" /></a><br /><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div></div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div>uma</div><div>como</div><div>verde</div><div>vertical,</div><div>nasceu</div><div>manhã</div><div>minha</div><div>Hoje</div>Rafaella Rímolihttp://www.blogger.com/profile/03952935847567072806noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-447154361523179301.post-72514506039859165452010-08-02T10:28:00.001-07:002010-08-02T10:35:28.625-07:00Dois pescadores<img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 307px; FLOAT: left; HEIGHT: 240px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5500866094725806994" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzgwBD7iB95tBjHCP9VikIkKgfeJw6YVjmD2LHqoApVK9EUtzsLV63dCjQ91zymH-hZO3beRlsMajfcPACXsazGzpttpOXaxtAgvBHXfgLs0JZpwoQ2TlxXSNWBdYTRF-yIAZLYuRHs8Y/s320/pescadores_1739_1024x768.jpg" /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />Dois pescadores na beira do rio<br />pescaram os sonhos de um dia navio.<br /><br />Pescaram os raios de um grande farol,<br />pescaram de sono em torno do sol.<br /><br />Os dois pescadores fisgados ao sono<br />pescaram sereia, pescaram siri.<br /><br />Depois acordaram na beira do rio,<br />pescaram seus corpos que a noite surgiu.Rafaella Rímolihttp://www.blogger.com/profile/03952935847567072806noreply@blogger.com2