sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A experiência

Rebobinar a existência dá um filme.

Cenas infinitas, das quais não se entende sequer uma palavra. Mas se percebe o suspiro.

Suspenso no ar, como um pêndulo.

O sotaque das pausas é o que faz nos reconhecermos em meio a toda a produção. É na pausa o motivo, o espelho do enredo, a saliência dos olhos, A lombada do tempo.

É neste momento que você se torna flor. É neste momento que você é narciso.

As câmeras são camas de gato, felpudas, felinas, surreais. O instante já passou.

De todo mar e terremoto o que sobra desta operação, não perigosa, mas precisa, é o exercício.

E como se não importasse o resultado, o processo acumulou em seus ombros mais uma experiência.

Os tolos carregam plumas.

Um comentário:

  1. Isto é uma poesia escura! Dá medo! As imagens são perigosas, às vezes ameaçadoras! Eu gosto!

    Bejo!

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