Domingo é o primeiro dia da solidão.
Vem como um soco que prenuncia.
Vem como um sábio espertalhão.
O primeiro da fila, a véspera do passo,
o abismo no estômago.
Há quem apenas descanse, não posso duvidar.
Há quem nada sinta de angústia,
de medo, de novo.
Pode ser um lapso de esperança.
Pode ser criança, sintoma de excitação.
Mas há de ser sempre incógnita.
Há de ser sempre o antes, o último.
É o velho e o novo de mãos dadas,
de mansinho, de cara pro tapa.
Dominado em 24 horas,
preso na casa dos ponteiros,
A suspensão se dá –
e de fato demora –
o dia inteiro.